Chegou o iPad no Brasil … e já deram um jeito de trambicar os brasileiros

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Começaram as vendas por aqui. O preço é mais salgado que nos EUA. Lá, comprando em dólares, sai por cerca de R$1000. Aqui no Brasil, a versão mais barata começa sendo vendida por R$1650. Vai vender muito nesse Natal. É um brinquedo fascinante. Mas já colocaram o molho brasileiro no preço do produto. Pobre do consumidor! Pior: pobre do consumidor pobre.

Estão doutrinando o consumidor brasileiro para comprar tudo a crédito. O negócio é se endividar, comprando agora e pagando depois. Ninguém incentiva o povo a poupar e comprar à vista mais barato. O golpe é o conhecido R$1650 a vista ou doze prestações iguais, totalizando o mesmo alegado valor à vista. Não há sentido em comprar em prestações pelo mesmo preço de comprar pagando de uma só vez. Tinha que ser oferecido desconto para comprar à vista. Dava para vender o aparelho por muito menos. Se os juros de empréstimo considerados fossem de 2%, o preço à vista seria de R$1450. Belos R$200 de desconto. Nada mal. Mas o nosso comércio, de conluio com um governo que tolera este tipo de armação, na realidade, nos vende o aparelho por R$1450 e vende mais um serviço de empréstimo compulsório por R$200. Infelizmente, se você não pode ir aos EUA comprar barato, tem que morrer na mão de nossos esquemas financeiros. Feliz Natal.

Um comentário em “Chegou o iPad no Brasil … e já deram um jeito de trambicar os brasileiros”

  1. Dona Cora,
    Tenho muito respeito pela Senhora, quando leio artigos essencialmente técnicos. Mas reflita:

    Mas o nosso comércio, de conluio com um governo que tolera este tipo de armação…

    Comentário lamentável, em se tratando de comércio em um país onde a economia é livre. Ou não estamos num regime capitalista? A Senhora quer que o governo controle os preços, as atividades lucrativas do comércio?
    O problema é que os comerciantes são gananciosos porque o regime capitalista só visa lucro, unicamente o lucro. O preço dito à vista realmente não é à vista. É o preço normal de venda acrescentado dos juros. Eles não vendem à vista com o desconto dos juros porque não querem tirar o valor dos juros que, na verdade, é o grande lucro deles. Em resumo, o comércio brasileiro que vende à prazo de 12 mêses “sem juros” ganha mesmo no lado financeiro, isto é, nos juros (principalmente lojas que tenham seu proprio cartão).
    Nada de governo… O que um governo pode fazer contra o preço estipulado por uma rede de lojas, por exemplo?
    Se o fizer, vcs da Folha de São Paulo, a VEJA e a Globo, vão soltar o verbo falando de intervenção governamental na livre iniciativa comercial e blá, blá, blá.
    A Sra. sabe de tudo isso mas seu editor e a linha editorial da Folha tem suas razões, não é?

    Respondendo: Não sei quem é a destinatária, Dona Cora, mas o comentário merece ser publicado.

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