E nasce uma igreja…

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É a vida. Difícil dádiva, que não sabemos quem ofertou. Boa parte dos nossos problemas começa nessa ignorância. De uma hora pra outra, uns macacos pelados resolveram ter consciência. E a coisa degringolou. Foi demais pro nosso caminhãozinho. Não sabemos responder aquelas perguntinhas básicas: O que somos? De onde viemos? Pra onde vamos?
Ao longo de nossa história recente (bota um dez mil anos nisso) alguns personagens fora de série idealizaram seres superiores, que teriam nos criado. Das propostas desses personagens especiais (Jesus Cristo é o mais renomado, pelo menos do lado ocidental do planeta), criaram-se um sem número de religiões. Religiões são a organização das superstições. Em alguns momentos as religiões foram úteis para pôr ordem no caos social da antiguidade. Alguns estados absolutos, onde o monarca se dizia divino e mandava e desmandava, foram expostos a um poder mais alto, um Deus. A nova ideia de que tinha um ser superior dando conta de olhar pela espécie humana foi bastante oportuna para colocar limites no poder de reis, imperadores e suas variantes. Dado o estado de barbárie que imperava na antiguidade, alguns preceitos como “amar o próximo” eram pura vanguarda revolucionária. 

As religiões não são mais tão úteis assim. Efetivamente, proporcionam explicações simples e apresentam uma proposta de vida pré-definida que acalenta as angústias das pessoas. Nesse ponto, os humildes, os simples de espírito, podem realmente tirar proveito de uma muleta existencial. Quantos não se salvaram na vida abraçando uma religiãozinha? Infelizmente, um grande número de pessoas foi apedrejado por não aderir à vida santa. 

A estrutura burocrática das religiões, as chamadas Igrejas, funcionam como braço operacional para as ideias geradas nas religiões. Infelizmente, os deuses têm uma característica comum de serem ausentes, demonstrando pouco interesse no destino dos seres que criaram. Daí, na falta do contato direto, surgem os atravessadores, intermediários que se elegem interlocutores dos deuses, explicando e moldando condutas e relacionamentos dos fiéis (aqueles filiados a uma Igreja) conforme sua (dos intermediários) interpretação do que definiram os deuses. Esse toque “humano” das religiões institucionaliza todo tipo de besteira. 

O modelo de Igrejas como empreendimento é vencedor. Tanto é que temos milhões de pessoas ligadas nas superstições religiosas. As Igrejas adotam técnicas sofisticadas para aliciar novos membros. É legítimo? Nem tanto. O povo mais simples fica exposto ao contato com instituições fortes, grandes máquinas de propaganda, focalizadas em doutriná-los. A pressão é tão grande que quase nos é negado o direito de não acreditarmos nas superstições apresentadas. Somos treinados para acreditar em qualquer conversa mais empostada, por mais improvável que seja. 

Estaremos usando o espaço gentilmente cedido por Polemikos para lançar a Igreja dos Seres Humanos Razoáveis. O nome ficou bom. O objetivo dessa instituição é ajudar nossos pares a viver a vida de maneira “razoável”. Aguardem, detalharemos adiante o que seja “razoável”. O que não iremos fazer é afirmar que “um Deus” disse que as coisas devem ser assim ou assado. Que tal considerar que somos criaturas livres? Que podemos perseguir a felicidade? Que os outros têm o mesmo direito que nós, mesmo que não compartilhem de ter fé (acreditar sem crítica) no mesmo Deus? Que nosso direito acaba onde o do outro começa? 

Está começado. 

Em tempo: não cobraremos dízimo

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